Em resposta às recentes declarações de
Geoff Tate, o baterista Scott Rockenfield emitiu a seguinte carta. O
texto é longo e vamos dar uma resumida.
Após 2005, Geoff e sua esposa, Susan
Tate, começaram a controlar a direção da banda. Ele insistia em usar
apenas as músicas que lhe interessavam. Isso significava que todo o
material que Michael Wilton, Eddie Jackson e eu oferecêssemos não era
finalizado. Assim, Geoff basicamente escrevia com seus amigos, a maioria
nem mesmo músicos profissionais.
Tenho material escrito por nós com data e
tempo, mostrando que em 2010 tínhamos escrito dúzias de canções Hard
Rock. Geoff chegou a começar a cantar, mas eventualmente perdeu o
interesse. Ele decidiu seguir um caminho mais Pop no último CD,
mostrando interesse apenas pelo que seus amigos fizeram. Alguns eram
sem-teto e moravam em sua casa.
Fui o compositor, produtor, engenheiro e
técnico de todas as trilhas ao vivo, além de peças para computadores,
trilhas sonoras e tecnologias que usávamos. Era um intenso trabalho a
cada tour e se tornou grande parte das apresentações com o passar dos
anos.
Nosso manager de palco e monitor, Kelly
Gray, alega que ele e Geoff fizeram tudo, o que é completamente falso.
Em Q2K (2000) o adicionamos à banda como guitarrista, além de tê-lo
contratado para produção e mixagem, no que ele se saiu bem. No entanto, a
alegação que ele e Geoff fizeram tudo é mentirosa. Passamos muitas
semanas em meu estúdio caseiro escrevendo músicas, assim como Michael
Wilton e Eddie Jackson. Devido ao envolvimento de todos, foi decidido
que dividiríamos os créditos de maneira igual.
As agressões e ataques de raiva de Geoff
se tornaram uma constante. Em 2000, tivemos uma reunião, ele não gostou
de alguns tópicos e saiu após arremessar uma cadeira de um lado a outro
da sala. Em 2007, ficou bravo com algo, se aproximou, esmagou meu
laptop em uma mesa, me acertou no rosto, cuspiu e me empurrou por
aproximadamente 15 minutos.
No meio de 2011, a banda se reuniu no
camarim para discutir quais faixas do material antigo tocar, como “Queen
Of The Reich”. Geoff ficou furioso e começou a gritar que não tocaria
aquelas músicas estúpidas e saiu. Não tivemos mais permissão para tocar
essas canções desde então. No mesmo ano discutimos a possibilidade de
executar Operation: Mindcrime na íntegra durante o cruzeiro ShipRocked,
em novembro. Apenas queríamos esclarecimentos e ele começou a gritar,
perguntando qual era o problema.
No dia 14 de abril de 2012, em São
Paulo, Geoff Tate nos atacou e agrediu violentamente Michael Wilton,
Eddie Jackson e eu. Ele alega que disse que tínhamos despedido sua
família e ele era o próximo. É uma completa mentira, muitos
testemunharam o que aconteceu. Tudo isso foi ruim para os negócios da
banda e tornou difícil continuar fazendo músicas e shows como nossos fãs
esperavam.
Nos últimos meses ele fez repetidos
comentários no palco sobre como a audiência era uma droga e que aquele
poderia ser o fim. Dizia para que ficássemos longe dele no palco ou nos
atacaria novamente. Suas ações foram muito danosas para o nome da banda.
No dia 7 de dezembro de 2010, recebi um
email de Mike Kadrie, do Zoetifez Studios. Eles queriam transformar
Operation: Mindcrime em uma animação. Trocamos contatos e passei a
proposta para Susan Tate. Ela e Geoff tiveram vários contatos, assim com
eu fiz. No entanto, durante esse tempo, eles pediram que Mike não
falasse mais comigo ou qualquer outro membro do grupo, o que ele me
contou. No início de 2012, Mike mandou email dizendo que Geoff havia
assinado todos os contratos com Neil Sussman e faria a produção sozinho,
o que nos deixou furiosos. Os outros membros nem sabiam de nada. Em 7
de março de 2012, enviamos um documento certificado afirmando que não
autorizávamos nenhuma produção.
Um dia depois, Sussman declarou que não
prosseguiria com o projeto devido a esse conflito de interesses. No dia
14 de abril, no Brasil, fizemos uma reunião no camarim para falar sobre o
assunto. Geoff disse não saber nada. Mas após algumas questões assumiu
ter assinado um contrato vendendo os direitos da história. Dez minutos
antes de o show começar, chegamos ao palco, atrás das cortinas, enquanto
mais de duas mil pessoas nos aguardavam. Geoff passou, cuspiu no meu
rosto e gritou obscenidades, além de derrubar a parte da frente da minha
bateria, causando o primeiro atraso.
Depois, foi até Michael Wilton e o
encarou cara a cara. O xingou e deu um soco no rosto. Saí da bateria e
fui até eles, mandado-o se afastar. Ele continuou gritando e cuspindo em
nós, além de me agredir duas vezes na cara. Chamei os seguranças
enquanto ele nos perseguia pelo palco. Após alguns minutos, nosso
manager conseguiu colocá-lo em sua posição. Os seguranças criaram uma
barreira entre ele e o resto da banda, mas o comportamento seguiu por
mais 20, 25 minutos, causando mais atraso. Michael Wilton segurava um
saco de gelo no rosto para reduzir a ferida.
Após a situação ser controlada, tivemos
que consertar os estragos. Geoff avisou nosso manager que Eddie Jackson
seria o próximo e passaria o show inteiro me provocando, o que
aconteceu, com mais cusparadas durante a apresentação. Após o show, nos
trancamos em nossos quartos para evitar qualquer confronto.
A contínua falta de interesse
de Geoff no material mais antigo do Queensrÿche resultou em danos à
marca. Suas ameaças e agressões geraram muito estresse nos músicos e
equipe. Ele passou a viajar em separado, ficar em hotéis diferentes e
ser escoltado. Ficamos sem escolha a não ser continuar sem ele.
Fonte: blog vandohalen
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